sexta-feira, 3 de julho de 2009

Artigo: Como receber novas crianças na igreja.


Tema: “Como receber novas crianças na igreja”

Kátia Teles (psicopedagoga)



“Ensinar é um meio admirável para aprender”

Jeromer Bruner


“As crianças são como plantas, cujo desenvolvimento futuro é uma conseqüência do tratamento que recebem nos primeiros anos de vida. Por isso elas devem crescer à luz da natureza lançando raízes sobre sua terra, alimentando-se do sue próprio ambiente”.

Frederich Froebel



A interação professor-aluno que ocorre em sala de aula é um processo relacional perpassado pela afetividade, por sentimentos e emoções que afetam os sujeitos e podem favorecer ou não as aprendizagens. Segundo Wallon, a afetividade não é apenas uma dimensão da pessoa, mas a primeira fase de seu desenvolvimento. São de emoção as primeiras manifestações sociais da criança, que permitem o desenvolvimento da linguagem e tornam possíveis as representações.

A afetividade manifesta-se mais pelo contato físico, pelo toque, pelo abraço ou pela voz do parceiro da relação.

Algumas crianças gostam da professora pelo que ela não faz, o que pode ser uma forma de se opor as situações negativas já vivenciadas, por elas próprias, por seus colegas de classe ou em situações de sala de aula, como os gritos e castigos. Estas situações estão retidas na memória das crianças como sentimentos de desrespeito e desvalorização, e podem gerar antipatias, aversões e desmotivação para a aprendizagem.

Dependendo das práticas disciplinares exercidas pelos pais, ou da presença de manifestações de violência na família, as crianças podem desenvolver atitudes mais ou menos agressivas em seus relacionamentos.

Em nossa sociedade, é comum a aplicação do método disciplinar do ataque, da desforra, da coerção física e verbal, no lugar da persuasão, do dialogo, do exemplo, o que acaba por criar uma certa imprecisão entre a indispensável necessidade de impor limites e as ações de maus tratos por parte dos adultos. A violência doméstica que é mantida por um modelo parental agressivo, baseado na coação e no poder, acaba sendo internalizada pelas crianças, que se tornam também agressivas. (Loos et alii, 1999).

Na medida em que, na sala de aula, as crianças percebem que as regras são passiveis de serem discutidas e questionadas, podem desenvolver maior autonomia e reciprocidade, coordenar seus pontos de vista e ações com os de outros membros do grupo. Ao se basearem no respeito mútuo, elas serão mais capazes de expressar sentimentos de aprovação ou de reprovação com relação aos comportamentos manifestados pelos colegas de classe.

Na escola de educação infantil, a criança amplia suas relações sociais e interações, estabelece novas formas de comunicação, de expressão, e troca idéias com outras crianças.

Conforme López (1995), o desenvolvimento da capacidade de relacionar-se com outras crianças, o qual faz parte do processo de socialização, depende das oportunidades de interações em situações diversificadas, favorecidas pelo meio. A socialização é, neste sentido, um processo interativo por meio do qual a crianças satisfaz suas necessidades básicas e assimila a cultura do seu grupo.

A interação grupal proporciona situações para o exercício da cooperação e da solidariedade, da autonomia e do respeito mútuo.




A Formação do Caráter Cristão na Educação Infantil



É importante que professor e aluno tenham um bom relacionamento e para isso, o professor precisa ter uma postura que compreenda:


1. Saber ouvir os membros do grupo;

2. Facilitar a integração do grupo;

3. Não ser intransigente ou repressor;

4. Estabelecer limites para o grupo;

5. Não marginalizar ou rejeitar alguém do grupo;

6. Agir de acordo com suas palavras;

7. Não usar o grupo para seus interesses pessoais;

8. Evitar descarregar os seus problemas no grupo;

9. Ser sincero com o grupo.

É inegável que a criança que tem uma fé alicerçada em Cristo terá seu caráter formado dentro dos padrões espirituais e nesse sentido o departamento infantil é em todos os aspectos um centro de influência positiva.



Referências

Piaget, J. (1994). O juízo moral na criança. São Paulo, Summus.

Vygotsky, L.S. (1993). Inteligência e afetividade da criança na teoria de Piaget. São Paulo, Pioneira.

_______(1959/1986). “Os meios, os grupos e a pscicogênese da criança”. In: Werebe, M. J. G e Nadel-Brulfert, J. (orgs.). Henri Wallon. São Paulo, Ática (Coleção Grandes Cientistas sociais).

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